segunda-feira, 5 de março de 2012

Naturalismo (1865-1890)
O Naturalismo difere do Realismo, mas não é independente dele. Ambos crêem que a arte é a representação mimética e objectiva da realidade exterior. Foi a partir desta tendência geral para o Realismo mimético que o Naturalismo surgiu, sendo por isso muitas vezes encarado como uma intensificação do Realismo. As características principais são: tentativa de aplicar à literatura as descobertas e métodos da ciência do séc.XIX (filosofia, sociologia, fisiologia, psicopatologia, etc), tentando explicar as emoções através da sua manifestação física (apresenta, assim, mais razões científicas do que o simples descrever dos factos do Realismo); resultou muitas vezes na escolha de assuntos mais chocantes (alcoolismo, jogo, adultério, opressão social, doenças, as suas causas e consequências), vocabulário mais terra-a-terra, motes mais cativantes ou detalhes mais fotográficos.
O Naturalismo acabou por se tornar uma doutrina (instituiu que o indivíduo era primária e fundamentalmente modelado pela hereditariedade, meio e educação - pela "natureza"), com uma certa visão muito específica (Eça de Queirós chamou-lhe a "forma científica que a arte assume") do Homem e do seu comportamento, tornando-se mais concreto mas também mais limitado que o Realismo, embora que, como os olhos do observador/escritor não são lentes inanimadas, a reprodução da realidade em cada uma das obras Naturalistas, pode reconhecer-se como sendo individual, e os Naturalistas acabam por afastar-se da própria teoria.
Isso é visível no modo como se trata a educação de Carlos da Maia e Eusebiozinho, nos Maias.
Escritores importantes enquadrados neste movimento Realista-Naturalista, são Eça de Queirós, Antero de Quental e Oliveira Martins, por exemplo.

COMPLEMENTOS DO NOME

Complementos de nome

- MODIFICADOR RESTRITIVO DO NOME (ANTIGO ATRIBUTO) - É o adjectivo qualificativo, relacional ou numeral, ou oração relativa restritiva que ocorre antes ou depois do nome para o qualificar.


Exemplos:

Aqueles rapazes divertidos são do 11º B.
O prado verdejante encantava os passantes.
Os rapazes que se divertem são do 11º B.
O prado que verdejava encantava os vistantes.
Os lindos vales transmontanos encantam os turistas.




- MODIFICADOR APOSITIVO DO NOME (ANTIGO APOSTO) - É o nome (ou expressão equivalente) ou oração relativa explicativa que se junta a outro nome para lhe acrescentar alguma informação, vem normalmente entre virgula(s).

Exemplo:

O Luís, irmão da Ana, faltou à aula.
Faltou à aula o Luís, irmão da Ana.
O Luís, que é irmão da Ana, faltou à aula.
Faltou à aula o Libório, que é um aluno inqualificável.




- COMPLEMENTO DO NOME (ANTIGO DETERMINATIVO) - É o complemento
NORMALMENTE introduzido pela preposição de, que acrescenta alguma indicação ao nome que o precede.

Exemplo:


O livro de Ciências tem imagens lindas.
Os turistas de Itália gastam bastante dinheiro e são simpáticos.



O VOCATIVO

- O Vocativo não é complemento dependente de outro constituinte, isto é, é um constituinte isolado.

- VOCATIVO - É o complemento que designa o nome da pessoa, animal ou coisa personificada, a quem nos dirigimos.
Exemplos:

  • – Ó Catarina, chega aqui
  • - Tens razão, Mariana.
  • - Artur ! - chamou o pai.

COMPLEMENTOS DO VERBO

COMPLEMENTOS DO VERBO
Predicado Verbal - É constituído por um verbo (ou grupo verbal na nova terminologia) de que por si só pode constituir predicado seguido ou não de complemento.
Exemplos:
  • O aluno estuda.
  • A Maria leu o livro.
  • O João telefonou à namorada.
Predicado Nominal - É constituído por um verbo copulativo ou de significação indefinida, isto é, que necessita de ser acompanhado de um nome, um pronome, um adjetivo, um advérbio, que referindo-se ao sujeito, completa a sua significação.
Exemplos:
  • O chocolate é saboroso.
  • O Miguel continua doente.
  • A tua mãe está bem.
NOTA: Verbos Coplulativos: Ser, estar, aparecer, continuar, ficar, parecer, permanecer, etc

- Predicativo do Sujeito- É a função sintática desempenhada pela palavra ou expressão que se junta aos verbos copulativos ou de significação indefinida.

Ex: O Paulo parece triste.  A Libória anda alegre. O Tibúrcio permaneceu calado.


- Complemento Direto - É a palavra ou palavras (grupo nominal) que designam o objecto sobre o qual recai directamente a acção significada pelo verbo.
O quê?
Construí ✓uma casa. O quê?Os Portugueses difundiram ✓ a língua por toda a parte.
O quê?Amo ✓ a honestidade.

- Predicativo do complemento direto - Alguns verbos pedem , além do complemento direto, uma palavra ou expressão equivalente que, completando a sua significação, qualifica aquele complemento.

Exemplos:

Encontrei-o pensativo.
Considerava-o como um filho.
Elas acham o Gervásio interessante.

- Pedem predicativo do complemento direto os verbos transitivos (quando estiverem na voz ativa): Achar, chamar, considerar, nomear, declarar, denominar, tornar, …

- Complemento Indireto - É a palavra ou expressão que designa a pessoa ou coisa sobre a qual indiretamente recai a ação expressa pelo verbo.

Exemplos:

A quem?
Emprestei- ✓ lhe um livro.
A quem?Dou aula ✓ aos alunos



COMPLEMENTO OBLÍQUO

1 - O complemento oblíquo (CObl) é uma função sintática que integra o predicado. É selecionado obrigatoriamente pelo verbo, sem o qual a frase fica sem sentido, e pode assumir a forma de um grupo adverbial, de um grupo preposicional ou a coordenação de ambos. Além disso, pode também apresentar diferentes valores semânticos.



2. O CObl enquanto grupo preposicional


     Por vezes, pode surgir a dúvida sobre a identificação do CObl, confundindo-o com o complemento indireto. Atentemos nos dois exemplos seguintes, em que ambas as expressões são iniciadas por uma preposição:


               . O Cruz ofereceu uma prenda à namorada.
               . O advogado foi a Elvas.
               . O Cristiano Ronaldo gosta de automóveis.



Uma forma de esclarecer esta dúvida passa pela sua substituição pela forma dativa do pronome pessoal - lhe / lhes. Caso a substituição dê origem a frases com sentido, estamos perante um cumplemento indirecto; se a substituição originar frases agramaticais, estamos na presença de um complemento oblíquo:


               . O Cruz ofereceu uma prenda à namorada. → complemento indirecto
               . O Cruz ofereceu-lhe uma prenda. → complemento indirecto


               . O advogado foi a Elvas. → complemento oblíquo
               . * O advogado foi-lhe.


               . O réu não concordou com a decisão. → complemento oblíquo
               . * O réu não concordou-lhe.


               . Os acusados do processo Casa Pia vão para a prisão? → complemento oblíquo
               . * Os acusados do processo Casa Pia vão-lhe?


Assim, podemos concluir que, quando a expressão / o grupo preposicional é passível de ser substituído pelo pronome lhe / lhes, desempenha a função sintática de complemento indirecto; quando tal substituição gera agramaticalidade, desempenha a função de complemento oblíquo.



     Por outro lado, o CObl é selecionado pelo verbo, como foi acima afirmado. Tal significa que determinados verbos se combinam com outras unidades. Dito de outra forma,  ir é ir a algum lado; vir é vir de algum lado; discordar é discordar de alguém ou de algo; viver é viver em algum lado; portar-se é  portar-se de um determinado modo, etc.


3. CObl enquanto grupo adverbial


     À semelhança do que sucede com o grupo preposicional, também neste caso não é possível substituir o CObl pelas formas pronominais lhe / lhes:


                    . Os alunos portam-se mal.
                    . * Os alunos portam-se-lhe.


     Por outro lado, o CObl (enquanto grupo adverbial) surge obrigatoriamente em respostas não redundantes a perguntas como:


               . O que fez + sujeito?
                         » Os arguidos atacaram as testemunhas acolá.
                         - O que fizeram os arguidos?
                         - Os arguidos atacaram as testemunhas acolá. (complemento oblíquo)


               . O que aconteceu com + sujeito?
                         » O Bruno Alves escorregou além.
                         - O que aconteceu com o Bruno Alves?
                         - O Bruno Alves escorregou além. (CObl)


               . O que se passa com + sujeito?
                         » A Paris Hilton levou longe os seus desatinos.
                         - O que se passa com a Paris Hilton?
                         - A Paris Hilton levou longe os seus desatinos. (CObl)



Modificador do grupo verbal OU DO VERBO

 - É UMA NOVIDADE NA TERMINOLOGIA

1 -  Modificador do grupo verbal é a função sintática desempenhada por qualquer constituinte do grupo verbal (predicado) que não seja selecionado por nenhum elemento desse grupo verbal. Relaciona-se com os outros elementos do grupo verbal e a sua omissão, geralmente, não afecta a gramaticalidade de uma frase. São normalmente advérbios e expressões temporais. Normalmente têm grande mobilidade na frase.



2 - Os modificadores do grupo verbal podem ter diferentes formas - grupo preposicional (i), grupo adverbial (ii), oração(iii) - e diferentes valores semânticos- por exemplo, locativo, temporal, de modo. Há modificadores do grupo verbal, aparentemente nominais (iv), que são na realidade modificadores preposicionais.

(i) O Pedro acordou com um pesadelo (o grupo preposicional com um pesadelo não é seleccionado pelo verbo V. ACORDAR, intransitivo);

(ii) Em Dezembro, anoitece muito cedo. (o grupo adverbial muito cedo não é selecionado pelo verbo V. ANOITECER, intransitivo. Também o grupo preposicional em Dezembro não é seleccionado por este verbo.)

(iii) O pássaro cantou quando lhe bateu o sol. (a oração quando lhe bateu o sol não é seleccionada pelo verbo V. CANTAR, intransitivo)

(iv) Sábado, almoçamos em casa. (nesta frase, sábado está a substituir o grupo preposicional no sábado; este nome/grupo preposicional não é seleccionado pelo v. ALMOÇAR, intransitivo)

NOTA:

A tradição gramatical habituou-nos a designar algumas das expressões acima sublinhadas como complementos circunstanciais, distinguindo os seus diferentes valores nocionais: lugar, modo, tempo, companhia, matéria, …. O que a tradição gramatical não fazia era a distinção entre os complementos do verbo, que são selecionados pelo núcleo do grupo verbal e têm uma realização sintática obrigatória, e os modificadores do grupo verbal, que não são selecionados por nenhum elemento desse grupo verbal e não têm, desse modo, uma realização sintática obrigatória.


AGENTE DA PASSIVA - É o complemento que indica o responsável pela prática da ação na forma passiva das frases. O nome que designa o agente vem, geralmente, regido da preposição por.
Exemplos:
  • O bolo foi feito pela Mónica.
  • O automóvel é conduzido pelo pai.





SUJEITO

O SUJEITO

Tipos de Sujeito:  

 Sujeito Simples - é expresso em um só núcleo

Exemplos:
O meu cão gosta de brincar com as crianças.
Passou de ano  o Pedro .  (sujeito posposto ao predicado, invertido)
Lisboa é banhada pelo rio Tejo.
Brincaram toda a tarde aqueles meninos . (sujeito posposto ao predicado, invertido)
Nós trabalhamos todos os dias.
O relógio da torre próxima bateu as nove horas.
Sujeito composto - é expresso, pelo menos, por dois núcleos, separados por vírgula ou pela copulativa “e”

Exemplos:

  O cã
o e o gato gostam de brincar com as crianças.  
  O Pedro e a Maria passaram de ano.
  Lisboa e Setúbal são banhadas por rios. 
  Eu, tu e ele trabalhamos todos os dias.

 
SUJEITO NULO - QUER DIZER NÃO ESTÁ REPRESENTADO NA FRASE:



Sujeito Nulo Subentendido - O sujeito não está representado, mas deduzimos quem é, sendo normalmente um nome, expressão nominal ou frase referidos antes.

Exemplos:

   Os meus pais saíram à noite; foram ao cinema.

Sujeito Nulo Indeterminado - distingue-se do sujeito subentendido, porque não vem expresso anterior ou posteriormente à frase em causa, visto o sujeito não interessar tanto quanto a acção em causa. É ela (a acção) que se torna centro das atenções da frase:

   (...) Assaltaram hoje muitas lojas na baixa.


 
Não só se desconhece o sujeito da acção, como aquilo que se pretende realçar é o assalto às lojas, o acontecimento em si.   Disse-se muita asneira naquela palestra.A partícula “se” denominada “índice de indeterminação do sujeito” tem o mesmo valor que a forma verbal na 3ª pessoa do plural na frase acima: o que interessa é a acção – o ter-se dito asneiras e não quem as disse.

 
Comenta-se que há problemas no Sporting.


Sujeito Nulo Expletivo (Inexistente) - existem verbos que não possuem sujeito; são eles verbos que expressam os fenómenos da natureza e outros impessoais como haver.



Exemplos:


Trovejou muito esta tarde.Ventou toda a noite.
Está a chover muito.

muita gente junta naquela praça.

Proposta de correção

Prova escrita de Português – 11º ano V - 2
Fevereiro 2012

Lê atentamente o excerto de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett.

Madalena (enxuga os olhos e toma uma atitude grave e firme) — Levantai-vos, Telmo, e ouvi-me. (Telmo levanta-se.) Ouvi-me com atenção. É a primeira vez e será a última vez que vos falo deste modo e em tal assunto. — Vós fostes o aio e o amigo de meu senhor… de meu primeiro marido, o senhor D. João de Portugal; tínheis sido o companheiro de trabalhos e de glória de seu ilustre pai, aquele nobre conde de Vimioso, que eu de tamanhinha me acostumei a reverenciar como pai. Entrei depois nesta família de tanto respeito; achei-vos parte dela, e quase que vos tomei a mesma amizade que aos outros… chegastes a alcançar um poder no meu espírito, quase maior… — decerto maior — que nenhum deles. O que sabeis da vida e do mundo, o que tendes adquirido na conversação dos homens e dos livros — porém, mais que tudo, o que de vosso coração fui vendo e admirando cada vez mais — me fizeram ter-vos numa conta, deixar-vos tomar, entregar-vos eu mesma tal autoridade nesta casa e sobre minha pessoa… que outros poderão estranhar…
Telmo — Emendai-o, senhora.
Madalena — Não, Telmo, não preciso nem quero emendá-lo. — Mas agora deixai-me falar. Depois que fiquei só, depois daquela funesta jornada de África que me deixou viúva, órfã e sem ninguém… sem ninguém, e numa idade… com dezassete anos! — em vós, Telmo, em vós só, achei o carinho e proteção, o amparo que eu precisava. Ficastes-me em lugar de pai; e eu… salvo numa coisa! — tenho sido para vós, tenho-vos obedecido como filha.
Telmo — Oh, minha senhora, minha senhora! mas essa coisa em que vos apartastes dos meus conselhos…
Madalena — Para essa houve poder maior que as minhas forças… D. João ficou naquela batalha com seu pai, com a flor da nossa gente. (Sinal de impaciência em Telmo.) Sabeis como chorei a sua perda, como respeitei a sua memória, como durante sete anos, incrédula a tantas provas e testemunhos da sua morte, o fiz procurar por essas costas de Berberia, por todas as sejanas de Fez e Marrocos, por todos quantos aduares de Alarves aí houve… Cabedais e valimentos, tudo se empregou; gastaram-se grossas quantias; os embaixadores de Portugal e Castela tiveram ordens apertadas de o buscar por toda a parte; aos padres da Redenção, a quanto religioso ou mercador podia penetrar naquelas terras, a todos se encomendava o seguir a pista do mais leve indício que pudesse desmentir, pôr em dúvida ao menos, aquela notícia que logo viera com as primeiras novas da batalha de Alcácer. Tudo foi inútil; e a ninguém mais ficou resto de dúvida…
Telmo — Senão a mim.
Madalena – Dúvida de fiel servidor, esperança de leal amigo, meu bom Telmo, que diz com vosso coração, mas que tem atormentado o meu…Pois dizei-me em consciência, dizei-me de uma vez claro e desenganado: a que se apega esta vossa credulidade de sete…. e hoje mais catorze … vinte e um anos?
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa





Grupo I
São apresentados os números das questões das duas versões. Sigo a versão 2, quer dizer que a questão 1 corresponde à dois na versão 1 e assim sucessivamente.
As respostas foram elaboradas a partir das dadas por alguns alunos suprimindo ou acrescentando elementos.

Responde, por palavras tuas e de forma completa, às questões que se seguem.

1/2. Enquadra este excerto na estrutura interna e externa da obra justificando adequadamente.

Em termos de estrutura externa, o excerto situa-se no ato I e corresponde à exposição do conflito, quanto à estrutura interna da peça Frei Luís de Sousa.
O primeiro ato, especialmente as cenas I à IV, é dominado por frequentes alusões ao passado evocado por Telmo que esmaga os pensamentos de Madalena. Também se apresentam as personagens e fornecem-se informações acerca do relacionamento entre elas, história da família e o tempo da ação.
Esse tempo de memória é relevante para o desencadear do conflito entre o passado mal resolvido e incógnito, por isso sempre presente nos vários momentos críticos da ação, como no início do 2º ato, e um presente que, parecendo consolidado, em termos de felicidade, depende muito do que aconteceu ou não a D. João de Portugal na batalha de Alcácer-Quibir.

2/5. A partir do conhecimento da peça, caracteriza Telmo indicando e justificando três traços fundamentais.

Telmo Pais é uma das personagens centrais da ação de Frei Luís de Sousa. Ao longo da ação podemos verificar traços da sua personalidade, tais como: lealdade e fidelidade à família que serviu e à que continua a servir, apesar das dúvidas iniciais em relação à personagem Maria e D. Manuel. No excerto em análise, a própria Madalena o intitula de «fiel servidor» e «leal amigo». Essas caraterísticas levam-no a acreditar que o seu amo, D. João de Portugal, ainda poderá estar vivo. A resposta que dá a Madalena «senão mim» é reveladora da sua esperança e cimenta o seu caráter sebastianista.
Outra qualidade é o facto de ser confidente de Maria e Madalena, comentador, conselheiro, representando na peça o coro, típico da tragédia clássica.
Por fim, um traço também referido por Madalena é a sabedoria, por isso é digno de confiança porque o saber vem «da vida e do mundo, o que tendes adquirido na conversação dos homens e dos livros».

OUTRO ASPETO QUE PODIA SER CONSIDERADO
A sua divisão depois de D. João chegar. Este pede-lhe que vá negá-lo, sente-se dividido entre o desejo de o ter presente e a sua negação, perante o facto de saber da situação catastrófica da sua querida o corregelionára de sebastianismo Maria.

3/1. Explica a relação de tensão que se estabelece neste excerto entre Madalena e Telmo.

Neste excerto é evidente a presença de uma forte tensão entre Telmo e Madalena causada por terem diferentes pontos de vista relativamente à morte de D. João de Portugal e ao novo casamento de Madalena.
Madalena acredita que D. João ficou naquela funesta batalha de Alcácer, «D. João ficou naquela batalha com seu pai, com a flor da nossa gente», além disso justifica-se afirmando que tudo fez para se certificar disso «durante sete anos (…) o fiz procurar por essas costas de Berberia».

HÁ OUTRAS CITAÇÕES QUE CONTRIBUIRIAM PARA JUSTIFICAR A POSIÇÃO DE MADALENA

como e «a ninguém mais ficou resto de dúvida». Ao usar o quantificador universal «ninguém», tenta justificar-se com a opinião da maioria, tentando demonstrar a Telmo que está na pequena minoria de crentes.
Telmo sempre duvidou e essa incerteza ainda permanece no seu espírito, porque ele responde à certeza geral formulada por Madalena «Senão a mim».


4/3. Neste excerto, Madalena parece querer justificar-se. De que se justifica ela e porquê?

O excerto corresponde, de facto, à justificação do casamento de Madalena com Manuel de Sousa Coutinho, depois de aceitar a morte do seu primeiro marido.
Depois de enumerar as virtudes da família de D. João, justifica a admiração que tem por Telmo «o que do vosso coração fui vendo e admirando cada vez mais – me fizeram ter-vos em conta».
Seguidamente justifica a dor da viuvez ainda tão jovem e, não se conformando, em sinal de amor por D. João, aplicou dinheiro, fez diligências diplomáticas, procurou por toda a parte, esperando durante sete anos e tudo foi em vão «Tudo foi inútil»
Por fim, outra questão que importa referir é o facto de estar assim definido pelo destino. Atendendo às palavras de Madalena, quando responde à acusação de Telmo que se havia apartado dos seus conselhos: «para essa (coisa) houve poder maior que as minhas forças». Essa “coisa” com maior poder foi o amor.


5/4. Madalena ao justificar-se evidencia um discurso carregado de emoções. Refere, dando exemplos, as marcas que conferem essa propriedade.

As falas de Madalena revelam emoções e existem várias marcas discursivas que lhe conferem essa caraterística/propriedade. Dessas marcas podemos referir três. Duas delas são relativas à pontuação e aos tipos de frase, a outra, quanto à linguagem marcada por processos retóricos.
Relativamente à pontuação, verificamos que há o predomínio de frases inacabadas, marcadas pelo uso abundante de reticências «…tal autoridade nesta casa e sobre minha pessoa … que outros poderão estranhar …» e «esta vossa credulidade de sete … e hoje mais catorze … vinte e um?» Outro recurso de pontuação que marca a sentimentalidade do discurso é o uso da exclamação. A frase pretende aproximar o que é dito da emoção que se quer transmitir, de modo a convencer o interlocutor pela comoção, como por exemplo «sem ninguém, e numa idade … com dezassete anos!» e «salvo numa coisa!»

PODIAM REFERIR A FRASE IMPERATIVA, INTERROGATIVA

Quanto aos processos estilísticos, o texto é rico em repetições, muito próximo do discurso argumentativo, pois Madalena quer que Telmo acredite na convicção dela. Por isso recorre à anáfora COMO PROCESSO ENFÁTICO: «sabes como chorei a sua perda, como respeitei a sua memória, como durante sete anos ..».

PODEM REFERIR-SE A APÓSTROFE, A ADJETIVAÇÃO, DANDO SEMPRE OS EXEMPLOS ADEQUADOS

Os alunos que apenas transcrevem exemplos têm entre 4 e 6 pontos, em 20, portanto convém explicar.


6 - Tendo em conta a leitura e o estudo de “Frei Luís de Sousa” comenta a seguinte afirmação, elaborando um texto entre 80 e 160 palavras, referindo, pelo menos, três indícios e a reação de duas personagens.

Ao longo de todo o texto podemos encontrar indícios ou presságios de um final trágico ao qual as personagens reagem de modos diferentes.


Ao longo do drama, somos conduzidos pelo texto para aspetos que irão condicionar o desenrolar da ação. A esses sinais damos o nome de indícios. No caso desta ação, tratando-se de um drama também se costumam designar por presságios, ou seja um facto associado a uma ação funesta e trágica.

O primeiro ato inicia-se com a alusão ao episódio de Inês de Castro e decorre da leitura de Os Lusíadas transportando o leitor ou espetador para a crueldade do destino daquele trágico amor que nos permite estabelecer uma analogia entre Madalena e Inês.

Em segundo lugar, outro elemento perturbador, que condiciona fortemente a ação, é a mudança para o palácio de D. João, após o ato heróico, mas de desafio, de Manuel. Este novo espaço irá contribuir para adensar a memória psicológica de Madalena e confrontar-se com o passado indesejável.

Finalmente outro facto carregado de simbologia é a questão da coincidência de datas, dias e numerologia. Tudo se passa às sextas-feiras, sete anos depois da batalha, catorze de casamento, treze anos de Maria.

OUTROS EXEMPLOS: AS FLORES MURCHAM, FRAGILIDADE DE MARIA, O RETRATO DE MANUEL A ARDER, O FECHAMENTO DO ESPAÇO

2ª Parte da questão:

A reação das personagens à catástrofe não foi uniforme. Manuel aceita a resolução de se tornar frade sem qualquer contestação, depois de falar calmamente com o irmão frei Jorge. Maria não aceita o destino. Como ser único acha que nada tem a ver com o passado e que a sociedade e a religião se condenam a sua condição de fruto do pecado deverão questionados. Ela faz isso num discurso apaixonado. Todavia morre.

OUTRAS REAÇÕES: D. JOÃO QUER VOLTAR ATRÁS, POR EXEMPLO E PEDE A TELMO QUE VÁ DIZER QUE ERA APENAS UM IMPOSTOR

Grupo II

1 - Faz corresponder cada momento ao respetivo ato, associando o número e a letra correspondente.
1 - D. João existe apenas no pensamento das personagens
2 - D. João torna-se visível no retrato.
3 - D. João chega na forma de Romeiro
4 - Embora não esteja presente, é D. João que provoca a catástrofe

A – 1º ato B – 3º ato C – Final do 2º ato D – Início do 2º ato

1 – A; 2 – D; 3 – C; 4 - D

2
Verdadeiras – C, H, I Falsas - A, B, D, E, F


3
Corretas: A, B, C

4
Corretas: C e G

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Frei Luís de Sousa

1. Acção dramática
Frei Luís de Sousa contém o drama que se abate sobre a família de Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalena de Vilhena. As apreensões e pressentimentos de Madalena de que a paz e a felicidade familiar possam estar em perigo tornam-se gradualmente numa realidade. O incêndio no final do Acto I permite uma mutação dos acontecimentos e precipita a tensão dramática. E no palácio que fora de D. João de Portugal, a acção atinge o seu clímax, quer pelas recordações de imagens e de vivências, quer pela possibilidade que dá ao Romeiro de reconhecer a sua antiga casa e de se identificar a Frei Jorge.
O Acto I inicia-se com Madalena a repetir os versos d'Os Lusíadas:
  • "Naquele engano d'alma ledo e cego,
    que a fortuna não deixa durar muito…"
As reflexões que se seguem transmitem, de forma explícita um presságio da desgraça que irá acontecer. Obedecendo à lógica do teatro clássico desenvolve a intriga de forma a que tudo culmine num desfecho dramático, cheio de intensidade: morte física de Maria e a morte para o mundo de Manuel e Madalena.
2. Do drama clássico ao drama romântico
Se se pretender fazer uma aproximação entre esta obra e a tragédia clássica, poder-se-á dizer que é possível encontrar quase todos os elementos da tragédia, embora nem sempre obedeça à sua estruturação objectiva.
A hybris é o desafio, o crime do excesso e do ultraje. D. Madalena não comete um crime propriamente na acção, mas sabemos que ele existiu pela confissão a Frei Jorge de que ainda em vida de D. João de Portugal amou Manuel de Sousa, apesar de guardar fidelidade ao marido. O crime estava no seu coração, na sua mente, embora não fosse explícito como entre os clássicos.
Manuel de Sousa Coutinho também comete a sua hybris ao incendiar o palácio para não receber os governadores. A hybris manifesta-se em muitas outras atitudes das personagens.
O conflito que nasce da hybris desenvolve-se através da peripécia (súbita alteração dos acontecimentos que modifica a acção e conduz ao desfecho), do reconhecimento (agnórise) imprevisto que provoca a catástrofe. O desencadear da acção dá-nos conta do sofrimento (páthos) que se intensifica (climax) e conduz ao desenlace. O sofrimento age sobre os espectadores, através dos sentimentos de terror e de piedade, para purificar as paixões (catarse). A reflexão catártica é também dada pelas palavras do Prior, quando na última fala afirma: "Meus irmãos, Deus aflige neste mundo àqueles que ama. A coroa da glória não se dá senão no céu".
Tal como na tragédia clássica, também o fatalismo é uma presença constante. O destino acompanha todos os momentos da vida das personagens, apresentando-se como um força que as arrasta de forma cega para a desgraça. É ele que não deixa que a felicidade daquela família possa durar muito.
Garrett, recorrendo a muitos elementos da tragédia clássica, constrói um drama romântico, definido pela valorização dos sentimentos humanos das personagens; pela tentativa de racionalmente negar a crença no destino, mas psicologicamente deixar-se afectar por pressentimentos e acreditar no sebastianismo; pelo uso da prosa em substituição do verso e pela utilização de uma linguagem mais próxima da realidade vivida pelas personagens; sem preocupações excessivas com algumas regras, como a presença do coro ou a obediência perfeita à lei das três unidades (acção, tempo e espaço).
3. Tempo
A acção dramática de Frei Luis de Sousa acontece em 1599, durante o domínio filipino, 21 anos após a batalha de Alcácer-Quibir. Esta aconteceu a 4 de Agosto de 1578.
"A que se apega esta vossa credulidade de sete… e hoje mais catorze… vinte e un anos?", pergunta D. Madalena a Telmo (Acto I, cena 11).
"Vivemos seguros, em paz e felizes… há catorze anos" (1, cena 11).
"Faz hoje anos que… que casei a primeira vez, faz anos que se perdeu el-rei D. Sebastião, e faz anos também que… vi pela primeira vez a Manuel de Sousa", afirma D. Madalena (Il. cena X).
"Morei lá vinte anos cumpridos" (…) "faz hoje um ano… quando me libertaram", diz o Romeiro (Il. cena XIV).
A acção reporta-se ao final do século XVI, embora a descrição do cenário do Acto I se refira à "elegância" portuguesa dos princípios do século XVII.
O texto é, porém, escrito no século XIX, acontecendo a primeira representação em 1843.
4. Personagens
D. Madalena de Vilhena é a primeira personagem que aparece na obra, mas pode-se afirmar que toda a familia tem um relevo significativo. São as relações entre esposos, pais e filha, o criado e os seus amos ou mesmo o apoio de Frei Jorge que estão em causa. Um drama abate-se sobre esta família e enquanto Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalena se refugiam na vida religiosa, Maria morre como vítima inocente.
D. Madalena tinha 17 anos quando D. João de Portugal desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir. Durante 7 anos procurou-o. Há catorze anos que vive com Manuel de Sousa Coutinho. Tem agora 38 anos (17 + 21). Mulher bela, de carácter nobre, vive uma felicidade efémera, pressentindo a desventura e a tragédia do seu amor. Racionalmente, não acredita no mito sebastianista que Ihe pode trazer D. João de Portugal, mas teme a possibilidade da sua vinda. E com medo que a encontramos a reflectir sobre os versos de Camões e a sentir, como que em pesadelo, a ideia de que a sobrevivência de D. João destrua a felicidade da sua família. No imaginário de D. Madalena, a apreensão torna-se pressentimento, dor e angústia. É neste terror que se vê na necessidade de voltar para a habitação onde com ele viveu.
Manuel de Sousa Coutinho (mais tarde Frei Luis de Sousa) é um nobre e honrado fidalgo, que queima o seu próprio palácio, para não receber os governadores. Embora apresente a razão a dominar os sentimentos, por vezes, estes sobrepõem-se quando se preocupa com a doença da filha. É um bom pai e um bom marido.
Maria de Noronha tem 13 anos, é uma menina bela, mas frágil, com tuberculose, e acredita com fervor que D. Sebastião regressará. Tem uma grande curiosidade e espírito idealista. Ao pressentir a hipótese de ser filha ilegítima sofre moralmente. Será ela a vítima sacrificada no drama.
Telmo Pais, o velho criado, confidente privilegiado, define-se pela lealdade e fidelidade. Não quer magoar nem pretende a desgraça da família de D. Madalena e Manuel. Mas como verdade recorrente no mito sebastianista, acredita que D. João de Portugal há-de regressar. No fim, acaba por trair um pouco a lealdade de escudeiro pelo amor que o une à filha daquele casal, D. Maria de Noronha. Representa um pouco o papel de coro da tragédia grega, com os seus diálogos, os seus agoiros ou os seus apartes.
O Romeiro apresenta-se como um peregrino, mas é o próprio D. João de Portugal. Os vinte anos de cativeiro transformaram-no e já nem a mulher o reconhece. D. João, de espectro invisível na imaginação das personagens, vai lentamente adquirindo contornos até se tornar na figura do Romeiro que se identifica como "Ninguém". O seu fantasma paira sobre a felicidade daquele lar como uma ameaça trágica. E o sonho torna-se realidade.
Frei Jorge Coutinho, irmão de Manuel de Sousa, amigo da família e confidente nas horas de angústia, ouve a confissão angustiada de D. Madalena. Vai ter um papel importante na identificação do Romeiro, que na sua presença indicará o quadro de D. João de Portugal.
5. Cenário
O Acto I passa-se numa "câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegancia dos principios do século XVII", no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada. Neste espaço elegante parece brilhar uma felicidade, que será, apenas, aparente.
O Acto II acontece "no palácio que fora de D João de Portugal, em Almada, salão antigo, de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de familia…". As evocações do passado e a melancolia prenunciam a desgraça fatal.
O Acto lll passa-se na capela, que se situa na "parte baixa do palácio de D. João de Portugal". "É um casarão vasto sem ornato algum". O espaço denuncia o fim das preocupações materiais. Os bens do mundo são abandonados.
6. A Atmosfera psicológica
Há ao longo da intriga dramática uma atmosfera psicológica do sebastianismo com a crença no regresso do monarca desaparecido e a crença no regresso da liberdade. Telmo Pais é quem melhor alimenta estas crenças, mas Maria mostra-se a sua melhor seguidora.
Percebe-se também uma atmosfera de superstição, nomeadamente desenvolvida em redor de D Madalena.
7. Simbologia
Vários elementos estão carregados de simbologia, muitas vezes a pressagiar o desenrolar da acção e a desgraça das personagens. Apenas como referência, podemos encontrar algumas situações e dados simbólicos:
·         A leitura dos versos de Camões referem-se ao trágico fim dos amores de D. Inês de Castro que, como D. Madalena, também vivia uma felicidade aparente quando a desgraça se abateu.
·         O tempo dos principais momentos da acção sugerem o dia aziago: sexta-feira, fim da tarde e noite (Acto I), sexta-feira, tarde (Acto II), sexta-feira, alta noite (Acto lll); e à sexta-feira D. Madalena casou-se pela primeira vez; à sexta-feira viu Manuel pela primeira vez; à sexta-feira dá-se o regresso de D. João de Portugal; à sexta-feira morreu D. Sebastião, vinte e um anos antes.
·         A numerologia (1) parece ter sido escolhida intencionalmente. Madalena casou 7 anos depois de D. João haver desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir; há 14 anos que vive com Manuel de Sousa Coutinho; a desgraça, com o aparecimento do Romeiro, sucede 21 anos depois da batalha (21=3x7). 0 número 7 é um número primo que se liga ao ciclo lunar (cada fase da Lua dura cerca de sete dias) e ao ciclo vital (as células humanas renovam-se de sete em sete anos), representa o descanso no fim da criação e pode-se encontrar em muitas representações da vida, do universo, do homem ou da religião; o número 7 indica o fim de um ciclo periódico. O número 3 é o número da criação e representa o círculo perfeito. Exprime o percurso da vida: nascimento, crescimento e morte. O número 21 corresponde a 3x7, ou seja, ao nascimento de uma nova realidade (7 anos foi o ciclo da busca de notícias sobre D. João de Portugal e o descanso após tanta procura); 14 anos foi o tempo de vida com Manuel de Sousa (2x7, o crescimento de uma dupla felicidade: como esposa de Manuel e como mãe de Maria; 14 é gerado por 1+4=5, apresentando-se como símbolo da relação sexual, do acto de amor); 21 anos completa a tríade de 7 apresentando-se como a morte, como o encerrar do círculo dos 3 ciclos periódicos O número 7 aparece, por vezes, a significar destino, fatalidade (imagem do completar obrigatório do ciclo da vida), enquanto o 3 indica perfeição; o 21 significa, então, a fatalidade perfeita.
·         Maria vive apenas 13 anos. Na crença popular o 13 indica azar. Embora como número ímpar deva apresentar uma conotação positiva, em numerologia é gerado pelo 1+3=4, um número par, de influências negativas, que representa limites naturais. Maria vê limitados os seus momentos de vida.






8. Acção Trágica
Elementos trágicos
Hybris
(o desafio)
Agón
(o conflito)
Pathos
(o sofrimento)
Katastrophé
(a catástrofe)
D. Madalena de Vilhena
contra as leis e os direitos da família:

adultério no coração

consumação pelo casamento com Manuel

profanação de um sacramento

bigamia
interior, de consciência

contínuo

crescente

gerador de conflitos:
com D. Manuel
com D. João
com Maria
com Telmo
por causa do adultério

pela incerteza da sorte do primeiro marido

violento pela volta ao palácio do primeiro marido

cruel após conhecimento da existência do primeiro marido:
pela perda do marido
pela perda de Maria
causada pelo regresso de D. João - morte psicológica:

separação do marido

profissão religiosa

salvação pela purificação:

irmã Sóror Madalena das Chagas
Manuel S. Coutinho
revolta contra as autoridades de Lisboa

desafia o destino ao incendiar o palácio

recusa o perdão

inconscientemente participante da hybris de sua esposa
não tem conflito de consciência

não entra em conflito com as outras personagens

a sua hybris desencadeia e agudiza os conflitos das outras personagens
sofre a angústia pela situação da sua mulher

sofre a angústia pela situação presente e futura da filha
morte psicológica:

separação da esposa
separação do mundo
profissão religiosa

glória futura de escritor:

Frei Luís de Sousa: glória de santo
D. João de Portugal
abandona a família

não dá notícias da sua existência

aparece quando todos o julgavam morto
não tem conflito

alimenta os conflitos dos outros

agudiza todos os conflitos com o seu regresso
sofre o esquecimento a que foi votado

sofre pelo casamento da sua mulher

sofre por não poder travar a marcha do destino
morte psicológica:

separação da mulher

a situação irremediável do anonimato
D. Maria de Noronha
revolta contra a profissão religiosa dos pais

revolta contra D. João de Portugal

convida os pais a mentir
não tem conflito

entra em conflito com:
sua mãe
seu pai
Telmo
D. João de Portugal
sofre fisicamente:
tuberculose

sofre psicologicamente:
não obtém resposta a muitos agoiros
vergonha da ilegitimidade
morre fisicamente

vai para o céu
Telmo Pais
afeiçoa-se a Maria

deseja que D. João de Portugal tivesse morrido
conflito de consciência

conflito com outras personagens:
com D. Madalena
com D. Manuel
com Maria
com D. João de Portugal
sofre pela dúvida constante que o assalta acerca da morte de D. João de Portugal

sofre hesitando entre a fidelidade a D. João e a D. Manuel

sofre a situação de Maria
não poderá resistir a tantos desgostos
9. Estrutura dramática
Estrutura Interna

Exposição
Acto I - cenas I, II, III e IV
Conflito
Acto I - cenas V-XII

Acto II

Acto III - cenas I-IX
Desenlace
Acto III - cenas X-XII

Acto I
Estrutura Externa



cenas I-IV

cenas V-VIII

cenas IX-XII
Informações sobre o passado das personagens Preparação da acção - decisão dos governadores e decisão de incendiar o palácio

Acção: incêndio do palácio
Acto II
cenas I-III

cenas IV-VIII

cenas IX-XV
Informações sobre o que se passou depois do incêndio

Preparação da acção: ida de Manuel de Sousa Coutinho a Lisboa

Acção: chegada do Romeiro
Acto III
cena I

cenas II-IX

cenas X-XII
Informações sobre a solução adoptada

Preparação do desenlace

Desenlace

                       

domingo, 17 de julho de 2011

2ª Chamada

Sei que alguns vão fazer a 2ª chamada.

Aos interessados relembro que terei disponibilidade para rever questões e tirar dúvidas, passem a notícia:

Terça-feira, 19 de Julho - 11:00 - 12:30

Quarta-feira, 20 de Julho - 11:00 - 12:30

Quinta-feira, 21 de julho - 11:00 - 12:30