segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ficha sobre subordinação - COMPLETIVAS

As orações subordinadas substantivas completivas ou integrantes foram apresentadas na semana passada. Têm normalmente a função de um nome ou expressão nominal, daí a designação de substantivas, desempenhando a função de complemento directo de um verbo declarativo, como: dizer, comunicar, declarar, anunciar, avisar, perguntar, questionar,.... e de outros verbos como os volitivos (que exprimem a vontade), como: querer e desejar, e ainda o verbo saber, entre outros. A oração completiva também pode desempenhar a função sintáctica de sujeito. Vamos descobrir.

Temos as completivas iniciadas pelas conjunções que e se.

Não confundir este QUE com o pronome relativo.

Não confundir este SE, com a conjunção condicional.

Veja-se ficha sobre Frase simples e complexa, neste Blogue.

As iniadas pela conjunção se eram as antigas orações subordinadas interrogativas indirectas.
         A Maria pergunou-lhe:
EX: -Vais à Futurália este ano? (interrogativa directa)

        A Maria perguntou-lhe  se ia à Futurália este ano. (a destacada seria a oração subordinada interrogativa indirecta)

        Designa-se na nova terminologia linguística: oração subordinada substantiva completiva ou integrante, mais conhecidas por substantivas completivas, isto é completam o sentido de uma outra oração, verbo...

       Análise sintáctica dessas frases:

Sujeito: A Maria

Predicado: perguntou-lhe se ia à Futurália este ano.

O predicado é constituído pela forma verbal do verbo perguntar (perguntou e o complemento directo, que é uma oração: se ia à Futurália este ano).
Pronome pessoal lhe, com função de complemento indirecto.

Faça-se o teste com a pergunta sobre o verbo: preguntou o quê? (se ia....., logo é CD). Perguntou-lhe isso.

Exercício
Lê atentamente as seguintes frases complexas:

a) Os alunos não sabiam que o professor iria faltar, por isso compareceram logo às oito.

b) Os alunos perguntaram ao professor se ia ver o jogo entre o Benfica e o sporting, apesar de ter respondido que era adepto de um dos clubes, confirmou que não ia.

c) Os alunos que se esforçaram tiveram bons resultados, embora um pouco abaixo do esperado.

d) É importante que todos percebam a matéria, porque isto vai sair no teste da próxima semana.

e) O pai do Tiago levou a carro à oficina e o mecânico avisou que necessitava de pastilhas novas.

f) Para o teste, é indispensável que todos tragam folha timbrada da escola para que não percam tempo nem perturbem o início da prova.

g) Todos desejam que chegue a interrupção do carnaval, entretanto vamos fazer um último esforço, que é para o bem de todos, para conseguirmos os nossos objectivos.

h) Que todos obedeçam às leis, é justo.

i) Violam as leis de tal modo que deviam ser proíbidos de exercer a sua cidadania, mas sabem que nada lhes acontece.



1.1 - Identifica o sujeito e o complemento directo ou predicativo do sujeito, conforme o caso, dos verbos destacados.

1.2 - Divide e classifica as orações de cada um dos períodos.

2 - Dada a seguinte frase, constrói uma frase complexa, substituindo a expressão destacada por uma oração subordinada substantiva completiva:

Todos sentiram a tempestade a aproximar-se.

3 - Dada a seguinte frase, constrói uma frase complexa, substituindo a expressão destacada por uma oração subordinada substantiva completiva:

A sua presença é importante.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Questionário

Questionário do Poema:  Não sei ser triste a valer

1 – Nos três primeiros versos, o sujeito poético afirma a sua incapacidade de ser triste ou alegre e nos dois últimos faz uma interrogação de carácter global, filosófica, sobre o ser e a consciência ou não consciência dos outros e a mentira, uma espécie de ilusão, a elas associada.
2 – O homem sente e pensa, mas nele, a razão e a emoção são uma miragem, uma espécie de mentira, pois não se conseguem conjugar, enquanto que a flor não sente nem pensa e, no entanto, desabrocha sem necessitar de razão nem emoção. Para a flor, florescer é um acto involuntário, tal como é para o homem o acto de pensar.
2.1 – O “eu” não consegue “ser triste a valer/nem ser alegre deveras”, porque não consegue deixar de pensar e apenas sentir.
3 – Embora haja diferenças entre a flor e o homem enunciadas ao longo do poema, na quarta estrofe estabelece-se a semelhança: o destino de ambos é idêntico, é a morte. Nenhum deles escapa ao “Fado”, “Faz passar”, a ambos “as patas dos deuses (…) vêm calcar”.
3.1 – Verificando que a morte é certa, o sujeito poético conclui com um apelo irónico ao gozo da vida, uma espécie de “carpe diem” traduzido pelos versos: “Stá bem, enquanto não vêm/Vamos florir e pensar”, quer dizer, enquanto a morte não vem, aproveitemos o tempo, seja florindo naturalmente e inconscientemente como a flor, seja reflectindo, porque é próprio do homem.
4 – Na realidade , ao longo do poema, o tema bem pessoano da incapacidade de viver a vida surge articulado com o sentir/pensar e o carpe diem. Nos três versos iniciais em que o “eu” assume não saber ser  “não sei ser” que, surgindo depois das afirmações anteriores, equivale a confessar que não sabe viver.
5 – A utilização da redondilha maior, versos de sete sílabas, das rima e das aliterações são os processos que mais contribuem para a musicalidade do poema.