segunda-feira, 5 de março de 2012

COMPLEMENTOS DO VERBO

COMPLEMENTOS DO VERBO
Predicado Verbal - É constituído por um verbo (ou grupo verbal na nova terminologia) de que por si só pode constituir predicado seguido ou não de complemento.
Exemplos:
  • O aluno estuda.
  • A Maria leu o livro.
  • O João telefonou à namorada.
Predicado Nominal - É constituído por um verbo copulativo ou de significação indefinida, isto é, que necessita de ser acompanhado de um nome, um pronome, um adjetivo, um advérbio, que referindo-se ao sujeito, completa a sua significação.
Exemplos:
  • O chocolate é saboroso.
  • O Miguel continua doente.
  • A tua mãe está bem.
NOTA: Verbos Coplulativos: Ser, estar, aparecer, continuar, ficar, parecer, permanecer, etc

- Predicativo do Sujeito- É a função sintática desempenhada pela palavra ou expressão que se junta aos verbos copulativos ou de significação indefinida.

Ex: O Paulo parece triste.  A Libória anda alegre. O Tibúrcio permaneceu calado.


- Complemento Direto - É a palavra ou palavras (grupo nominal) que designam o objecto sobre o qual recai directamente a acção significada pelo verbo.
O quê?
Construí ✓uma casa. O quê?Os Portugueses difundiram ✓ a língua por toda a parte.
O quê?Amo ✓ a honestidade.

- Predicativo do complemento direto - Alguns verbos pedem , além do complemento direto, uma palavra ou expressão equivalente que, completando a sua significação, qualifica aquele complemento.

Exemplos:

Encontrei-o pensativo.
Considerava-o como um filho.
Elas acham o Gervásio interessante.

- Pedem predicativo do complemento direto os verbos transitivos (quando estiverem na voz ativa): Achar, chamar, considerar, nomear, declarar, denominar, tornar, …

- Complemento Indireto - É a palavra ou expressão que designa a pessoa ou coisa sobre a qual indiretamente recai a ação expressa pelo verbo.

Exemplos:

A quem?
Emprestei- ✓ lhe um livro.
A quem?Dou aula ✓ aos alunos



COMPLEMENTO OBLÍQUO

1 - O complemento oblíquo (CObl) é uma função sintática que integra o predicado. É selecionado obrigatoriamente pelo verbo, sem o qual a frase fica sem sentido, e pode assumir a forma de um grupo adverbial, de um grupo preposicional ou a coordenação de ambos. Além disso, pode também apresentar diferentes valores semânticos.



2. O CObl enquanto grupo preposicional


     Por vezes, pode surgir a dúvida sobre a identificação do CObl, confundindo-o com o complemento indireto. Atentemos nos dois exemplos seguintes, em que ambas as expressões são iniciadas por uma preposição:


               . O Cruz ofereceu uma prenda à namorada.
               . O advogado foi a Elvas.
               . O Cristiano Ronaldo gosta de automóveis.



Uma forma de esclarecer esta dúvida passa pela sua substituição pela forma dativa do pronome pessoal - lhe / lhes. Caso a substituição dê origem a frases com sentido, estamos perante um cumplemento indirecto; se a substituição originar frases agramaticais, estamos na presença de um complemento oblíquo:


               . O Cruz ofereceu uma prenda à namorada. → complemento indirecto
               . O Cruz ofereceu-lhe uma prenda. → complemento indirecto


               . O advogado foi a Elvas. → complemento oblíquo
               . * O advogado foi-lhe.


               . O réu não concordou com a decisão. → complemento oblíquo
               . * O réu não concordou-lhe.


               . Os acusados do processo Casa Pia vão para a prisão? → complemento oblíquo
               . * Os acusados do processo Casa Pia vão-lhe?


Assim, podemos concluir que, quando a expressão / o grupo preposicional é passível de ser substituído pelo pronome lhe / lhes, desempenha a função sintática de complemento indirecto; quando tal substituição gera agramaticalidade, desempenha a função de complemento oblíquo.



     Por outro lado, o CObl é selecionado pelo verbo, como foi acima afirmado. Tal significa que determinados verbos se combinam com outras unidades. Dito de outra forma,  ir é ir a algum lado; vir é vir de algum lado; discordar é discordar de alguém ou de algo; viver é viver em algum lado; portar-se é  portar-se de um determinado modo, etc.


3. CObl enquanto grupo adverbial


     À semelhança do que sucede com o grupo preposicional, também neste caso não é possível substituir o CObl pelas formas pronominais lhe / lhes:


                    . Os alunos portam-se mal.
                    . * Os alunos portam-se-lhe.


     Por outro lado, o CObl (enquanto grupo adverbial) surge obrigatoriamente em respostas não redundantes a perguntas como:


               . O que fez + sujeito?
                         » Os arguidos atacaram as testemunhas acolá.
                         - O que fizeram os arguidos?
                         - Os arguidos atacaram as testemunhas acolá. (complemento oblíquo)


               . O que aconteceu com + sujeito?
                         » O Bruno Alves escorregou além.
                         - O que aconteceu com o Bruno Alves?
                         - O Bruno Alves escorregou além. (CObl)


               . O que se passa com + sujeito?
                         » A Paris Hilton levou longe os seus desatinos.
                         - O que se passa com a Paris Hilton?
                         - A Paris Hilton levou longe os seus desatinos. (CObl)



Modificador do grupo verbal OU DO VERBO

 - É UMA NOVIDADE NA TERMINOLOGIA

1 -  Modificador do grupo verbal é a função sintática desempenhada por qualquer constituinte do grupo verbal (predicado) que não seja selecionado por nenhum elemento desse grupo verbal. Relaciona-se com os outros elementos do grupo verbal e a sua omissão, geralmente, não afecta a gramaticalidade de uma frase. São normalmente advérbios e expressões temporais. Normalmente têm grande mobilidade na frase.



2 - Os modificadores do grupo verbal podem ter diferentes formas - grupo preposicional (i), grupo adverbial (ii), oração(iii) - e diferentes valores semânticos- por exemplo, locativo, temporal, de modo. Há modificadores do grupo verbal, aparentemente nominais (iv), que são na realidade modificadores preposicionais.

(i) O Pedro acordou com um pesadelo (o grupo preposicional com um pesadelo não é seleccionado pelo verbo V. ACORDAR, intransitivo);

(ii) Em Dezembro, anoitece muito cedo. (o grupo adverbial muito cedo não é selecionado pelo verbo V. ANOITECER, intransitivo. Também o grupo preposicional em Dezembro não é seleccionado por este verbo.)

(iii) O pássaro cantou quando lhe bateu o sol. (a oração quando lhe bateu o sol não é seleccionada pelo verbo V. CANTAR, intransitivo)

(iv) Sábado, almoçamos em casa. (nesta frase, sábado está a substituir o grupo preposicional no sábado; este nome/grupo preposicional não é seleccionado pelo v. ALMOÇAR, intransitivo)

NOTA:

A tradição gramatical habituou-nos a designar algumas das expressões acima sublinhadas como complementos circunstanciais, distinguindo os seus diferentes valores nocionais: lugar, modo, tempo, companhia, matéria, …. O que a tradição gramatical não fazia era a distinção entre os complementos do verbo, que são selecionados pelo núcleo do grupo verbal e têm uma realização sintática obrigatória, e os modificadores do grupo verbal, que não são selecionados por nenhum elemento desse grupo verbal e não têm, desse modo, uma realização sintática obrigatória.


AGENTE DA PASSIVA - É o complemento que indica o responsável pela prática da ação na forma passiva das frases. O nome que designa o agente vem, geralmente, regido da preposição por.
Exemplos:
  • O bolo foi feito pela Mónica.
  • O automóvel é conduzido pelo pai.





Sem comentários:

Enviar um comentário