Na Invocação, Camões dirige-se às Tágides, as ninfas do Tejo, (neologismo recente) pedindo-lhes que o ajudem a cantar os feitos dos portugueses de uma forma sublime:
“Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloco e corrente,”
Um estilo grandíloco e corrente,”
Tratando-se de um pedido, a Invocação assume a forma de discurso persuasivo, onde predomina a função apelativa da linguagem e as marcas características desse tipo de discurso – o vocativo e os verbos no modo imperativo - determinam a estrutura do texto:
Dai-me (...)
Dai-me (...)
Dai-me (...)
Note-se a estrutura anafórica e a apóstrofe:
Apóstrofe | Anáfora |
A apóstrofe consiste na interpelação ou invocação de alguém ou de alguma coisa personificada, por meio de um vocativo. Repara: para invocar as ninfas, Camões utiliza o vocativo. O vocativo pode estar presente numa frase quando se pretende chamar ou invocar alguém, utilizando-se para isso um nome ou expressão equivalente. O vocativo na frase é móvel, pois pode surgir no princípio, no meio ou no fim, mas está destacado por vírgulas. | A Anáfora é uma figura de estilo que consiste em repetir a mesma palavra no princípio de várias frases ou versos. A forma verbal “Dai-me” (modo imperativo) surge repetido três vezes no início do verso: trata-se da figura de estilo anáfora. |
POESIA LÍRICA | POESIA ÉPICA |
verso humilde agreste avena frauta ruda | novo engenho ardente som alto e sublimado estilo grandíloco e corrente fúria grande e sonorosa tuba canora e belicosa |
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